O diretório fluminense do PT deve aprovar no domingo a
pré-candidatura do senador Lindbergh Farias a governador em 2014. Ainda
não será um lançamento formal, mas a decisão poderá tornar inviável
futuramente a repetição da aliança com o PMDB do governo de Sérgio
Cabral Filho. O governador quer lançar como sucessor o seu vice, Luiz
Fernando Pezão, com apoio do PT, mas, depois de desistir de disputar o
governo em 2006 em favor da aliança, Lindbergh não mostra que possa
repetir o gesto pela coligação.
Oficialmente, a reunião tem como pauta a avaliação do desempenho
eleitoral do partido no Rio em 2012, mas a sucessão estadual será
discutida. Os resultados do PT - vitória em 11 das 92 prefeituras
fluminenses, a maioria em cidades pequenas - servem de argumento para
quem quer a continuação da aliança com o PMDB, inclusive parte da
direção nacional.
Lindbergh vai se apresentar como vitorioso: percorreu mais de 60
municípios e, no 2.º turno, apoiou candidatos que ganharam as
prefeituras de Macaé, Duque de Caxias e Petrópolis.
Ânimo. A aprovação da pré-candidatura não é necessariamente um
caminho irreversível para o PT fluminense, hoje dependente de cargos e
favores do governo controlado pelo PMDB. A possibilidade de ter em
Lindbergh um candidato competitivo ao Palácio Guanabara, porém,
aparentemente animou parte considerável do PT no Rio, seção estadual sob
domínio da direção nacional desde 1998. Na ocasião, uma intervenção
impôs o apoio à candidatura de Anthony Garotinho (então PDT) ao governo
em troca de uma aliança nacional.
O próprio Lindbergh tratou de fazer uma espécie de "seguro" contra
uma eventual repetição da intervenção do PT nacional para forçá-lo a
apoiar a aliança. Sinalizou que, se não puder ser candidato pelo PT,
poderá se mudar para o PSB e concorrer ao governo pela nova legenda. A
possibilidade ficou mais séria após o resultado da eleição municipal,
que fortaleceu o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB,
Eduardo Campos, que passou a ser apontado como possível presidenciável.
No campo de Cabral, também há movimentação. O governador teve seu
nome recentemente lançado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) como
candidato a vice da presidente Dilma Rousseff em 2014, no que foi
considerada uma manobra desastrada, de má repercussão no PMDB. Pezão
também se manifestou afirmando querer o apoio de Lindbergh.
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