O governo de São Paulo transferiu nesta quarta-feira (7) dois
integrantes da facção criminosa PCC para um presídio de segurança
máxima.
A remoção ocorreu após investigação da Polícia Federal descobrir que
eles comandavam ações criminosas de dentro da prisão onde estavam.
Entre os presos está um dos principais bandidos da facção, Abel Pacheco
de Andrade, o Vida Loka. O outro é Alexandre Campos dos Santos, o Jiló,
acusado de ser um dos tesoureiros do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Santos era companheiro de cela de outro cabeça do PCC, Roberto Soriano, o
Betinho Tiriça, que só não foi transferido porque já está no presídio
de segurança máxima de Presidente Bernardes.
Soriano foi transferido em maio deste ano porque, segundo a Promotoria e
a polícia, foi flagrado enviando um bilhete com o nome de seis
policiais militares da Rota que deveriam ser mortos.
Segundo membros da Promotoria e da Justiça, a investigação da PF,
realizada no começo deste ano, tinha como alvo o tráfico de drogas, mas
acabou chegando ao PCC por meio de interceptações telefônicas. Não foi
informado se Vida Loka e Jiló foram flagrados nessas conversas
telefônicas.
TRANSFERÊNCIA
A transferência dos dois não tem ligação com a parceria anunciada
anteontem pelos governos federal e paulista para o combate ao crime
organizado, que prevê a remoção de presos da facção para outros Estados.
A única transferência de criminosos ligados ao PCC para presídios
federais é a de Antonio Cesário da Silva, o Piauí, que a polícia diz ter
comandado a morte de seis policiais militares neste ano.
A transferência de presos do PCC para o regime disciplinar diferenciado de Presidente Bernardes só é adotada em casos extremos.
Para policiais, magistrados e promotores, a movimentação dos chefes da
fação para esse regime de isolamento pode provocar um acirramento na
violência hoje vivida no Estado.
A transferência de presos da facção é apontada como um dos motivos para a
série de ataques contra as forças de segurança em 2006, quando mais de
500 pessoas foram mortas nas ruas de São Paulo, entre elas agentes
penitenciários e policiais.
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