O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), e o líder do PSDB na
Câmara, Bruno Araújo (PE), negaram a intenção dos dois partidos de
recorrer ao Ministério Público pedindo abertura de investigação para
apurar a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no
esquema do mensalão. Mais cedo, o presidente do PPS, deputado Roberto
Freire (SP), divulgou nota afirmando que os três partidos formalizariam o pedido na próxima terça-feira, com o protocolo da representação na Procuradoria-Geral da República.
"É muito prudente aguardar uma manifestação do procurador-geral da
República antes de fazer qualquer coisa", afirmou Bruno Araújo. Agripino
Maia concorda. No mesmo sentido, o presidente do DEM considerou que o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, está levando adiante o
processo envolvendo as declarações de Marcos Valério.
Ao saber da negativa dos dois partidos, Roberto Freire reagiu: "Se
eles não quiserem entrar, é problema deles. Não tem de esperar mais
nada". O presidente do PPS disse que havia combinado com os dois outros
partidos de oposição esperar o julgamento do mensalão para pedir a
abertura de investigação de eventual participação de Lula no esquema.
Reportagem publicada na edição desta quinta-feira, 1, do jornal O Estado de S.Paulo revela que Valério envolveu o ex-presidente Lula e o ex-ministro Antonio Palocci no mensalão, em depoimento
prestado ao Ministério Público no mês de setembro. Valério foi
condenado pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção ativa,
formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e
peculato. A reportagem informa que Valério estaria propondo ao
Ministério Público sua inclusão no programa de proteção à testemunha em
troca de fornecer mais detalhes sobre o esquema.
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