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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Tipo sanguíneo pode ser fator de risco para desenvolvimento de trombose

Estudo mostra que ter sangue A, B ou AB pode aumentar em até 20% o risco de desenvolver a doença

A trombose ocorre quando um coágulo se forma nos vasos sanguíneos (Thinkstock)
Os tipos sanguíneos A, B e AB o podem ser os principais fatores de risco para a trombose venosa representando 20% do risco de desenvolver essa doença. Esse é o principal resultado de um estudo desenvolvido na Universidade de Copenhagen e publicado nessa segunda-feira, no periódico Canadian Medical Association Journal (CMAJ).

Conheça a pesquisa

TÍTULO ORIGINAL: Risk of venous thromboembolism and myocardial infarction associated with factor V Leiden and prothrombin mutations and blood type

ONDE FOI DIVULGADA: periódico Canadian Medical Association Journal (CMAJ)

QUEM FEZ: Birgitte F. Sode, Kristine H. Allin, Morten Dahl, Finn Gyntelberg e Børge G. Nordestgaard

INSTITUIÇÃO: Universidade de Copenhagen,  Dinamarca

RESULTADO: Pessoas com tipo sanguíneo A, B ou AB têm 20% mais risco de desenvolverem tromboembolismo venoso. Enquanto a mutação no fator V Leiden correspondeu a 10% do risco, e a protrombina a 1%.

A trombose é a formação de um coágulo nos vasos sanguíneos de um indivíduo. Ela pode ser venosa, ou seja, ocorrer em uma veia, ou arterial, quando uma artéria é bloqueada pelo coágulo.  No caso da trombose venosa, o coágulo pode se desprender e atingir o coração, de onde passa para os pulmões, podendo obstruir artérias pulmonares, causando morte súbita. Nesse caso, a trombose passa a ser chamada de tromboembolismo venoso.

Os pesquisadores analisaram dados de 66.001 pacientes, acompanhados por 33 anos, de 1977 a 2010. Além dos tipos sanguíneos A, B e AB, foram encontradas duas mutações genéticas relacionadas ao aumento do risco de trombose venosa. A primeira delas, denominada fator V Leiden R506Q, está relacionada a uma interferência na atuação da proteína C, o que causa predisposição à trombose. A segunda mutação ocorre no gene responsável pela formação da protrombina G20210A, proteína que atua na coagulação do sangue.

Enquanto o tipo sanguíneo foi responsável por um quinto do risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso, a mutação no fator V Leiden correspondeu a 10% do risco, e a protrombina a apenas 1%.

Existem dois tipos de mutações que podem ocorrer no gene responsável pela produção da protrombina. No primeiro, apenas um dos dois genes envolvidos no processo apresenta a mutação, de forma que a produção dessa proteína relacionada à coagulação aumenta em 30%. Caso os dois genes sofram a mutação, esse aumento é de 70%.  Nesse último caso, o risco de portadores dessa mutação desenvolverem trombose venosa é 11 vezes mais elevado.

Para os autores, esses resultados sugerem que o tipo sanguíneo, de acordo com o sistema ABO, deve ser incluído em exames genéticos para o diagnóstico de trombofilia, propensão ao desenvolvimento da trombose.

Apesar de o estudo ter sido realizado apenas com dinamarqueses, os autores acreditam que os resultados podem ser estendidos para a população de forma geral, uma vez que os fatores genéticos estudados são comuns a todas as etnias.

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