Noticias em Tempo Real - Política - Cidadania

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Falha em linha de transmissão deixa Sertão do Araripe sem energia

Prejuízo na produção de gesso chega a R$ 30 milhões Foto: Priscila Buhr/JC Imagem

Municípios do Sertão do Araripe ficaram sem energia elétrica durante cinco horas, durante parte da manhã e da tarde de ontem. O “apaguinho” foi provocado por uma falha na linha de transmissão da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) que abastece a região. Responsável por 95% da produção nacional de gesso, o Sindicato da Indústria do Gesso de Pernambuco (Sindusgesso) calcula em R$ 30 milhões o prejuízo das empresas do Polo Gesseiro do Araripe, que deixaram de produzir 200 mil toneladas no dia de ontem.

De acordo com a Celpe, a interrupção ocorreu entre às 9h50 e 14h50 e sete equipes trabalharam para resolver o problema e regularizar o fornecimento. Ficaram sem energia os municípios de Araripina, Parnamirim, Ouricuri, Trindade e Exu. A linha de transmissão da Celpe que distribui energia elétrica para a região vai de Salgueiro a Araripina mas, segundo a Celpe, o município de Salgueiro não foi atingido.

O presidente do Sindusgesso, Josias Inojosa Filho, diz que as indústrias do setor ficaram praticamente sem atividade durante todo o dia de ontem. As empresas de calcinação - que transformam o minério (gipsita) em gesso - funcionam 24 horas porque os fornos não devem ser desligados. “A situação foi de caos para as indústrias. A interrupção no fornecimento de energia elétrica compromete o funcionamentos dos fornos. São necessárias de 4 e 6 horas para reaquecê-los”, explica. O empresário diz que apenas 3% das empresas possuem geradores de emergência movidos a diesel. “Esses geradores não conseguem segurar a produção de um dia. São acionados apenas para evitar o desligamento de equipamentos essenciais”, destaca.

Como o fornecimento de energia só foi retomado por volta das 15h, muitas empresas optaram por não reaquecer os fornos imediatamente para evitar o horário de pico das 17h30 às 20h30, quando o preço da energia para o setor industrial chega a ser dez vezes mais caro. “Muitos empresários resolveram esperar passar o horário de ponta para voltar a acionar os fornos e tiveram um prejuízo ainda maior”, reforça Inojosa Filho.

O empresário diz que os apaguinhos na região estão virando rotina. “Nos últimos 3 meses vêm se tornando frequentes e mais longos, como no caso deste último”, observa. O Polo Gesseiro conta com 160 empresas calcinadoras, além de 42 mineradoras e mais de 400 fábricas de pré-moldados de gesso. Além do prejuízo das calcinadoras, as mineradoras só puderam trabalhar na extração do gesso. O serviço de britagem, que depende de energia elétrica foi suspenso. O mesmo aconteceu com as empresas de pré-fabricados, que precisam bombear água para preparar a massa e produzir o gesso. “Muitas empresas dispensaram seus funcionários e a interrupção na produção de hoje (ontem) vai atrapalhar nosso prazo de entrega aos clientes”, completa.

SERVIÇOS - O setor industrial não foi o único prejudicado pelo apaguinho. Vários serviços ficaram sem funcionar, como bancos e Detran. A falta de energia também prejudicou os serviços de telecomunicações e internet.

Dono de uma farmácia e de uma lotérica no município de Exu, o empresário Francisco Helinton Parente Júnior, conta que faltou energia por volta das 8h30 e depois voltou. “Após às 9h o problema voltou a se repetir e só normalizou por volta das 15h. Ligamos para conhecidos dos municípios vizinhos e todos estavam sem luz. Quando ligávamos para a Celpe nenhum funcionário atendia. Uma gravação eletrônica informava que a empresa estava trabalhando para resolver o problema e listava os municípios atingidos”, conta. Sem conseguir operar os caixas e os meios de pagamento, muitos comerciantes e empresas de serviços fecharam as portas. 

0 comentários:

Enviar um comentário