Segundo fontes, Mantega manteve indicação de que haverá aumento, mas a data e o porcentual estão em aberto e dependem de complexa conjuntura inflacionária
A Petrobrás avisou seus controladores que começará a cortar projetos
bilionários se não houver reajuste de combustíveis nos próximos meses,
de acordo com o previsto em seu plano de negócios, segundo fontes da
‘Agência Estado’.
A presidente da companhia, Maria das Graças Foster, apresentou no dia
28 ao ministro da Fazenda e presidente do conselho de administração da
Petrobrás, Guido Mantega, uma lista extensa de projetos que podem
precisar ser suprimidos por falta de caixa.
Do ministro, Graça ouviu na ocasião que o conselho de administração
da Petrobrás não é o fórum adequado para decidir sobre reajustes.
Segundo as fontes, Mantega manteve a indicação de que haverá aumento,
mas a data e o porcentual estão em aberto e dependem de uma complexa
conjuntura inflacionária, em avaliação pelo governo. Não está confirmado
ou descartado aumento ainda neste ano.
Segundo Graça, sem o reajuste de combustíveis previsto no plano de
negócios da companhia para o período 2012-2016, não será possível arcar
integralmente com os US$ 236,5 bilhões de investimentos programados. A
Petrobrás tem tido prejuízos bilionários por precisar importar
combustível a preços altos no exterior e revendê-lo internamente a
preços mais baixos.
Conforme revelou a Agência Estado em junho, o plano de negócios
previa naquele mês, no ato de sua aprovação, um reajuste de 15% para
diesel e gasolina como premissa para financiar os investimentos.
Desde então, o governo, controlador da companhia de capital misto,
autorizou dois aumentos, mas abaixo do requerido. A gasolina foi
reajustada nas refinarias em 7,83% em 25 de junho. O diesel recebeu dois
reajustes, um de 3,94% (25 de junho) e outro de 6% (16 de julho).
Ao apresentar a lista de projetos que poderiam ser cortados, há duas
semanas, Graça pediu uma recomposição dos aumentos que não foram dados
em junho. Mesmo após os reajustes, o Centro Brasileiro de Infraestrutura
(CBIE) calcula a defasagem de preços com o mercado internacional hoje
em 26%, e o prejuízo acumulado de janeiro a agosto em R$ 3,3 bilhões.
O cenário de inflação piorou nos últimos meses e altas em alimentos e
serviços deixaram menos espaço para reajustes. O imposto (Cide) que
amortecia as altas já foi zerado e aumentos agora teriam impacto para os
consumidores.
Em um dos cenários apresentados por Graça ao governo no encontro, há
duas semanas, a presidente da Petrobrás abriu mão de um reajuste neste
ano, pedindo aumento único em janeiro - quando a redução de preços no
setor elétrico deve dar um alívio à inflação.
Consultada, a Petrobrás disse, por meio de sua assessoria de
imprensa, que não confirma as informações. O Ministério da Fazenda não
comentou.
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