Quase um ano e quatro meses após o assassinato da juíza Patricia
Lourival Acioli, em Niterói (RJ), o primeiro dos 11 PMs acusados de
envolvimento no crime começará a ser julgado hoje. O cabo Sérgio Costa
Júnior estará sozinho no banco dos réus, por ter situação jurídica
diferenciada em relação aos demais acusados - ele confessou o crime e
revelou detalhes em juízo.
Denunciado por homicídio qualificado e formação de quadrilha, Costa
Júnior pode ser condenado a até 36 anos de cadeia, mas deve ter a pena
reduzida de um terço a dois terços por causa da delação premiada.
Oito PMs estão em presídios estaduais e dois acusados, em
penitenciárias federais de segurança máxima: o tenente-coronel Claudio
Luiz Silva de Oliveira, comandante do batalhão de PM de São Gonçalo na
época do crime, onde os acusados eram lotados, e o tenente Daniel Santos
Benitez Lopez.
"O Ministério Público não vai concordar com qualquer redução de pena
superior à mínima, de um terço. Afinal, dos 21 tiros que atingiram
Patrícia, Costa Júnior confessou que efetuou 18. Segundo ele, os outros
três foram feitos pelo tenente Daniel Santos Benitez Lopes", disse o
promotor Leandro Navega.
Seis testemunhas - três de acusação e três de defesa - foram
arroladas. O início da sessão no 3.º Tribunal do Júri de Niterói, que
será presidida pelo juiz Peterson Barroso Simão, está marcado para 8h. A
expectativa é de que o veredicto saia na noite de hoje. A segurança no
fórum será reforçada e o acesso, controlado.
O defensor público Jorge Mesquita, que defende Costa Júnior, disse em
nota que o policial manterá versão apresentada em juízo. A nota afirma
que, "com seu depoimento, o processo sofreu uma reviravolta e o
envolvimento agora é de 11 acusados, não mais de apenas três". O
defensor disse ainda que "espera a redução máxima prevista em lei: dois
terços da pena".
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