Mesmo negando informação sobre redução de verbas federais para Pernambuco pelo governo Dilma, Eduardo pede um levantamento
Eduardo
Campos nega redução, mas demonstra cautela e pede dados à sua equipe Foto: Alexandre
Gondim/JC Imagem
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A notícia de que o repasse vonluntário
de recursos do governo federal para Pernambuco chegou no ano passado ao
seu menor patamar desde 2006, publicada neste domingo (10) pelo jornal
Estado de S.Paulo, deixou mal-humorado o governador Eduardo Campos
(PSB).
O jornal informa, com base em dados do
Tesouro Nacional, que os repasses voluntários caíram de R$ 994 milhões
em 2010, quando o ex-presidente Lula vivia uma lua de mel com o
governador, para R$ 318 milhões em 2011. Em 2012, mais uma queda, com
repasses de apenas R$ 219 milhões.
Os números do Tesouro mostram também que
a trajetória de crescimento dos repasses para Pernambuco foi
interrompida pela presidente Dilma Rousseff (PT). Diante da repercussão
da notícia, em meio ao “embate” PT-PSB já com vistas à sucessão
presidencial de 2014, Campos determinou que seus secretários façam um
levantamento de tudo que o governo do Estado recebe hoje da gestão
Dilma, incluindo os recursos obrigatórios, ou seja, aqueles que são
frutos de fundos, parcerias e convênios, como é o caso do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).
Está sendo esperado para hoje um
posicionamento oficial do Palácio. Ontem, o secretário estadual de
Planejamento e Gestão, Fred Amâncio evitou atender a imprensa para falar
sobre o assunto. Campos quer números que apontem que, independentemente
do percentual repassado voluntariamente pela União, os montantes
provenientes de parcerias são suficientes para que não haja interrupção
de projetos, o que poderia levar seu governo a “perder 2013”, alerta que
ele vem fazendo cotidianamente quando fala do desempenho da economia
brasileira.
Na reportagem do jornal paulista, a
justificativa para a redução do repasse voluntário é a pré-candidatura
do governador à Presidência. Apesar de evitar tratar sua postulação
oficialmente, Eduardo tem atuado nos bastidores com costuras políticas
diárias. Semanalmente, tem orquestrado pautas em Brasília, onde costuma
fazer reuniões e articulações com lideranças de outros partidos,
inclusive o PSDB.
Por meio da assessoria, o governador
negou problemas com a transferências de recursos do governo federal.
"Pelo contrário, em 2012 recebemos exatos R$ 1,011 bilhão", afirmou
Eduardo, reconhecendo como único desconforto na relação entre Pernambuco
e a União a questão da retirada da autonomia do Porto de Suape, através
da Medida Provisória 595. "E, mesmo neste caso, temos encontrado a
abertura necessária para negociar uma solução de consenso”, observou.
O governador também classificou como
"equivocada" a interpretação do jornal. Argumenta que boa parte dos
repasses a Pernambuco está incluída em projetos do PAC, que não foi
considerado na conta da reportagem. “Pernambuco tem uma estratégia de
captação de recursos agressiva. Desde 2007, os programas do Estado
financiados com transferências voluntárias da União mais que
quadruplicou. Na semana passada, fomos aquinhoados com a aprovação de
repasses federais superiores a R$ 1,7 bilhão para projetos de
saneamento, abastecimento d'água e mobilidade urbana”, detalhou o
governador, em nota.
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